Diariamente, todos são confrontados com
novas e cada vez mais desafiadoras experiências, na expectativa de solidificar,
fortalecer e compartilhar um ensinamento a ser extraído a cada momento. Cada
momento, no entanto, é o “ÚNICO”, em cada instante, pelo que, se prolifera e com
razão, não volta a acontecer um outro momento igual. Semelhante sim, mas igual…
jamais.
Cada inteligência
tem uma forma singular de fazer a interpretação dos acontecimentos, dos
momentos, como melhor lhe aprouver. Em termos práticos, nenhuma interpretação
poderá ser classificada como sendo superior a uma outra. Sobremaneira, nas
instâncias espirituais, quer dizer, espiritualmente, já o fado tem outra nota
de sonoridade.
Convenhamos, um
mesmo acontecimento experienciado por um determinado alguém e que, à partida,
até nem se pronuncia ser uma experiencia agradável de se vivenciar, pode ter
uma conotação de sentido bem díspar do de “outro alguém”, isto, claro, em
harmonia com o estádio dimensional em que cada um se encontra ou do real
aprendizado que se queira extrair.
A experiência é a mesma para duas pessoas
distintas. O ser ou não agradável, tanto o é para um, como para o outro, agora as consequências é que podem não colidir em formatações iguais. Onde um
elemento, um homem vislumbrou nesse acontecimento, mais uma oportunidade de
crescer, de se expandir, de se tornar mais fortificado, sendo que com esta
atitude aporta para a sua vida e, não só a sua como daqueles que com ele
interage, benefícios em todo o seu campo existencial, tornando mais leve o seu
percurso por este plano terreno; o outro ser pode interpretar e viver o mesmo acontecimento
como algo de muito ruim, desesperante, em cólera, em que escolhe viver
mergulhado no sofrimento, no rancor, nos instintos de vingança…estados de
sentimentos e de emoções que passam a fazer parte integrante do seu sentido e
currículo de existência, cristalizando, e de onde, maioria das vezes,
dificilmente consegue sair de forma solitária, necessitando sempre de uma mão
operativa, benfazeja, caridosa, para se evitar danos bem maiores.
Por que razão esta
verdade tem sido tão difícil de aprender? Pois bem, é neste
segundo exemplo, que aqui fica retratado, que reside o problema, e onde a maior
percentagem do ser humano está comodamente inserido. Quando se refere “maior
percentagem”, a contagem dos números vai muito além do imaginário. Então digam,
como é que o planeta não há-de estar doente?
Supõe-se, isto na linguagem humana, porque o correto
será dizer com certeza, que os padrões de ignorância neste
campo, nesta área, diga-se virtual,
são muito elevados, isto porque, a concentração das mentes humanas está mais
focalizada nos efeitos, esquecendo por completo o mais importante que são: as
causas. E do coração? Já há dificuldade em ouvir a sua voz porque este órgão da
anatomia humana, mas que serve de fio condutor ao núcleo da anatomia da alma,
este mesmo coração, praticamente já só lhe tem sida dado espaço para albergar a
dor. Não esqueçam, porém, que esta é mais uma das escolhas que cada um faz para
si mesmo, ou seja, na casa de cada um só entra quem cada um permite, a menos que
estejam distraídos e, aí sim,… entra quem quer, pelo melhor, como pelo pior.
Prosseguindo no
raciocínio desta missiva, quem se predispõe a ensinar ao analfabeto o a, b, c…do alfabeto? Então não é suposto ser maior o número de alunos, de aprendizes do
que o de educadores, professores? Vejamos, no que respeita ao regulamento
anatómico da alma, não será em nada diferente. Como se referiu num outro
parágrafo, o número quantitativo e qualitativo de ignorância das Leis
Universais é muito acima daquele número de seres humanos que já têm por inato
ou por mérito de aprendizagem, vindo de lições bem estudadas e memorizadas nas
suas células, uma bagagem em tudo, digamos, mais catedrática, não da cultura
material, mas da cultura universal.
Com este excerto
teórico pretende-se sensibilizar esta última categoria para saírem da sua tão
aconchegante concha “espiritual” e, através das suas atitudes, dos seus
exemplos, da sua palavra… conforme para o que tenham uma maior competência, se
tornem professores e partam para o ensino. De nada serve o resguardo espiritual
de cada um, seres racionais viventes, de nada serve o seu conhecimento, se este
é apenas remetido em proveito próprio.
A exemplo disto, embora possa
transparecer algo dramático, assemelha-se toda uma ou mais nações em guerra, em
que os responsáveis apregoam nos seus discursos, palavras de esperança, de
apoio, mas que na hora da verdade, em que a bomba cai, quem se resguarda nos
seus abrigos são estes mesmos responsáveis que deveriam ser o exemplo para um
povo dito ser o “seu”, deixando este mesmo seu povo à sua mercê e à mercê da
bomba que cai. É duro, não é?
Já chega! O momento
é este, é o presente, é o agora, esta é a oportunidade. As bombas já começaram
a ser detonadas. Não se resguardem nos seus abrigos espirituais.
Não. Saiam à rua!
Sejam professores! Não é depois da casa roubada que se colocam trancas nas
portas! Vamos evitar que isso aconteça. Esta casa é a casa de toda a
humanidade. Este é o momento de deslizar por entre os seus semelhantes, dos
pobres, dos infortunados, dos desabitados, dos esquecidos de si próprios e
pelos outros, dos que são apenas considerados números, dos que gritam em
desespero, mesmo que esses gritos sejam inaudíveis, mas que estão patentes nas
expressões, no olhar, no caminhar, no desinteresse, no sonambulismo. Deslizem por
entre estes seres humanos, dando-lhes conforto, uma voz amiga vinda do coração,
fazendo-os sentir que não estão assim tão esquecidos, sensibilizando-os para as
mudanças de comportamentos, dos padrões dos seus pensamentos e sentimentos.
Ensinem, como professores que são, a importância que essas mudanças têm em
contributo para o ar que cada um respira.
Não se espera um
trabalho facilitado porque o sofrimento para onde o homem escolheu se remeter,
já é enorme. Mas com muito carinho, com muito amor, com muita ternura e certeza
e, acima de tudo, com muita humildade, compaixão e caridade, o botão de flor que
sempre esteve ali, naquele núcleo mais interno de cada homem, pouco a pouco
começará a brotar e o homem renasce.
Pede-se muita
paciência, mas também perseverança na ação exemplificativa, àqueles que são
convidados a fazer extrair o que há de melhor e mais belo nos recônditos
internos de cada homem, de cada mulher, de cada criança… independentemente do
idioma, do credo, da etnia e da origem geográfica de cada um.